Assalto em Casas Aumentam
A estagiária Fernanda Vieira de Maria, 21 anos, começou 2016 decidida a se mudar da casa no bairro São João, em Itajaí, para um apartamento. O motivo não é espaço, conforto ou economia, muito menos uma resolução em meio à festa de Réveillon. É, na verdade, o reflexo direto de um trauma enfrentado no último dia de 2015, quando a jovem e os pais ficaram por 40 minutos sob a mira de um revólver. Mais do que na perda de dinheiro, celulares e uma moto, o roubo resultou no abalo psicológico da família e marcou mais um passo na escalada desse tipo de crime nos últimos cinco anos em Santa Catarina.
Entre 2011 e 2017, o número de roubos, em que o autor age com ameaça e violência contra a vítima, saltou de 10.727 para 17.691 – um aumento de 64,92%. Normalmente o criminoso porta uma arma, como foi no caso de Fernanda. Ela e os pais estavam dentro de casa quando dois homens, de cara limpa, invadiram o local e fizeram com que os três deitassem de bruços no chão, mesmo com os apelos para que a mãe, que passara por uma cirurgia, fosse poupada. Um dos bandidos portava uma arma, o outro pegou uma faca na cozinha. Depois de muitas ameaças e terror psicológico, eles fugiram na Biz da estagiária.
— Foi a primeira vez que passamos por isso. Antes de saírem, um deles puxou meu cabelo, cortou um pedaço e disse que ia levar de lembrança. Foram 40 minutos que destruíram 40 anos que meu pai viveu aqui. Colocamos a casa à venda, porque mexeu muito com a gente, e até hoje vamos dormir com medo — conta.
Situação parecida viveu Pâmela Gonçalves de Oliveira, 21 anos, proprietária de um bar em Barreiros, em São José. O estabelecimento foi roubado poucos dias antes do Natal passado. Ela ficou cinco minutos com uma arma apontada para a cabeça. Dois assaltantes chegaram ao local a pé, por volta de 22h, hora do fechamento do bar. Havia um último cliente naquele horário – que foi imobilizado enquanto Pâmela era ameaçada e os bandidos recolhiam maços de cigarro e cerca de R$ 500 em dinheiro.
— O bar funciona há 15 anos com meu pai e foi a primeira vez que fomos assaltados. Aqui em Barreiros, há algum tempo era bem calmo, mas de uns três anos pra cá quase todos os comércios já foram roubados. Agora tenho medo de sair, de deixar o bar aberto até um pouco mais tarde — relata.
Por Marco Favero do site click RBS
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