Plano Piloto de Brasília
Desde os tempos do Brasil colônia, os governantes imaginavam transferir a capital para o interior, como forma de assegurar a ocupação do vasto território inexplorado. Isso foi motivo de muito debate até que, na primeira Constituição da República, em 1891, foi definido que essa nova capital deveria ser construída no Planalto Central.
Mas somente após mais de meio século, a determinação deixou de ser um amontoado de letras sobre um pedaço de papel. Em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek lançou um concurso para o projeto urbanístico de Brasília. Vinte e cinco projetos foram inscritos. A proposta vencedora, de Lúcio Costa, agradou pelo o conceito inovador de cidade horizontalizada, na contramão do que se praticava nas grandes cidades brasileiras. Propunha dois eixos que se cruzavam, um monumental para as obras públicas, outro residencial, baseado na ideia das superquadras.
Lúcio Costa apenas enviou um anteprojeto, simples em apresentação, alegando que não tinha pretensão de concorrer e se desculpando por não ser tão detalhista. Apesar da polêmica durante a classificação e da insatisfação dos concorrentes, venceu por unanimidade. O urbanista foi responsável pelo planejamento da capital e escolheu Oscar Niemeyer pelos projetos dos prédios e Burle Marx pelos jardins e terraços.
A paisagem de Brasília é baseada em sua arquitetura, pois a natureza de sua topografia é um vasto planalto de cerrado, de vegetação seca. Parte da monumentalidade da Praça dos Três Poderes se dá por esse amplo espaço aberto, com visão sem obstáculo. Vista do alto, Brasília ainda se assemelha à sua planta, em baixo relevo. Com as superquadras, a intenção de Lúcio Costa era criar bairros que favorecessem os laços locais. Prédios não muito altos e com o térreo livre, através de pilotis, para permitir, por exemplo, que crianças brinquem próximas a seus blocos e possam ser chamadas pelos adultos. Entre as quadras, a única divisão seria uma área verde, sem cercas, com reserva de área para pequenos comércios locais, novamente pensando na criação dos laços comunitários em uma cidade que queria ser, ao mesmo tempo, densa e arborizada; moderna e provinciana.
Brasília cresceu muito mais do que o imaginado e a região metropolitana possui hoje pelo menos cinco vezes mais habitantes do que planejado inicialmente. O modelo das superquadras acabou sendo posto de lado na continuidade na urbanização e surgiram cidades-satélites, boa parte delas desordenadas. Brasília se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO em 1987.
fonte: arquiteturaurbanismotodos.org.br
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